O que é financiamento imobiliário?

Cotidiano Básico
Financiamento imobiliário ou alienação fiduciária com garantia de imóvel, é uma ferramenta de compra de um imóvel através de empréstimo bancário pago no longo prazo.
Lucas Cortezzi
30/01/2023
Stack

Financiamento imobiliário e a garantia de imóvel?

Hoje apresentaremos brevemente o que é o financiamento imobiliário de um imóvel “pronto e novo” também conhecida como alienação fiduciária com garantia de imóvel, mas principalmente falaremos das etapas da compra de um imóvel e o que você pagará. Fica a dica, não é só a parcela mensal como todo mundo pensa! 

O financiamento imobiliário é uma ferramenta financeira para a compra de um imóvel através de um empréstimo bancário. Nessa modalidade temos 3 participantes principais no negócio, sendo eles: o cliente (comprador), o banco (financiador) e o vendedor (construtora, proprietário, etc), mas também podem estar presentes o corretor de imóveis, o correspondente bancário e o avaliador (todos intermediadores).

Como o financiamento funciona?

No caso do financiamento imobiliário “comum” (alienação fiduciária com garantia de imóvel), o cliente solicita um empréstimo ao Banco para compra de um imóvel, já o Banco libera esse dinheiro, cobrando juros sobre os valores e entra como coproprietário (também vira “dono”) do imóvel financiado, por sua vez, o vendedor recebe integralmente o valor de entrada + o empréstimo do Banco.

Ao participar da compra como coproprietário, o banco garante seu empréstimo com o imóvel e em caso de inadimplência (dívida), poderá tomar o imóvel do cliente. O lado positivo é que isso reduz os juros cobrados do cliente porque a garantia passa a ser o imóvel financiado, facilitando o financiamento do bom pagador.

Existem diferenças entre os tipos de financiamentos: a alienação fiduciária e a hipoteca. Também há a distinção entre:

  1. financiamento de imóvel na planta;
  2. pronto e novo; e
  3. imóvel “usado”.

Informações complementares

É importante esclarecer que em caso de inadimplência (não pagamento), o banco irá TOMAR o imóvel do cliente, logo é necessário muito planejamento ao entrar nesse tipo de negócio.

Também esclarecemos que a hipoteca é raramente usada no Brasil por trazer menos garantias para o financiador (banco) e por ser incomum não falaremos sobre ela.

Outro dado importante é que segundo regra do Banco Central do Brasil o imóvel é considerado novo para fins de financiamento se: esta em fase de produção, tem até 180 dias da expedição do “habite-se” ou caso não tenha sido habitado ou alienado.

O que será cobrado? Item por item.

Só quem passou por um financiamento imobiliário sabe as possíveis surpresas no momento em que você realiza o financiamento de um imóvel, vamos listar a seguir todas as coisas que você terá de pagar.

Vale a pena você se informar com seu corretor de imóveis e pesquisar os valores exatos, pois podem variar para cada localidade e ao longo do tempo.

1º - Avaliação e Contratação de financiamento bancário.

Sim, você PAGA AO BANCO uma taxa administrativa para “abrir” seu financiamento, além do próprio valor da parcela em si.

Por exemplo, na tabela de Tarifas Pessoa física da Caixa Econômica Federal, datada de 02/01/2023, para um Imóvel Residencial, essa taxa pode chegar até R$ 954,13, mas já foi maior, quase R$ 3 mil reais antes de 2022.

Também é possível que haja a cobrança para que um engenheiro visite seu imóvel e realize a vistoria antes do financiamento ocorrer, essa vistoria tem como objetivo definir o valor de mercado do imóvel e se não existem problemas aparentes. Lembre-se o Banco será dono junto com o Cliente, é importante que ele conheça o objeto do financiamento tanto quanto possível.

2º - ITBI – Imposto Transmissão de Bens Imóveis.

É um imposto cobrado sobre o valor do imóvel, em razão da transferência de propriedade. 

Vale lembrar que podem existir incentivos tributários na sua cidade a depender de como e porque será realizada a compra deste imóvel. É importante consultar um advogado ou contador que trabalhe com planejamento tributário para reduzir esse imposto.

3º - Taxa de Registro e Emolumentos no Cartório de Registro de Imóveis.

Esses valores podem variar de cartório para cartório, porém espere gastos entre R$ 1 a 3 mil reais apenas em documentação.

Destacamos que ao quitar o contrato haverá novamente a necessidade de realizar esses gastos no Cartório de Registro de Imóveis para remover o Banco da matrícula do seu imóvel.

Alguns financiamentos possibilitam você incluir neles também os valores do registro em Cartório, porém nossa sugestão é que você evite isso. Ao incluir esses valores em seu financiamento, aumentará também o montante principal de seu financiamento e haverá cobrança de juros.

4º - Seguro.

Normalmente os financiamentos imobiliários possuem dentro deles uma parcela de “seguro prestamista”, isso significa que em alguns casos específicos, por exemplo: a morte do cliente, o seguro irá quitar seu financiamento. Também podem existir seguros para desemprego ou lesões permanentes.

É muito importante obter todas as informações com o Banco, com o correspondente bancário e com seu corretor para entender todas as particularidades do seguro contratado DENTRO do financiamento.

CUIDADO: nesse momento o banco poderá fazer a “venda casada” de outros produtos inúteis para você, tais quais seguros de vida ou previdências privadas. NÃO CAIA NESSA e exija a explicação sobre cada documento que você está assinando, também sugerimos a presença de um advogado ou alguém mais experiente no dia da assinatura do contrato.

Lembre-se de entender para quem seu correspondente bancário e corretor de imóveis trabalham. O Correspondente bancário trabalhará em prol do Banco e se seu corretor de imóveis foca na ponta vendedora, estará trabalhando em prol do proprietário do imóvel, não do comprador. Fique atento, existem profissionais e "profissionais" em todas as áreas.

5º - Parcela do financiamento. 

A parcela do financiamento será cobrada todos os meses, composta por:

  1. Juros: valor dos juros compostos sobre o valor financiado, diluídos no tempo do contrato;
  2. Valor Principal: aquilo que você realmente tomou como empréstimo para compra do imóvel e, se optou por isso, o valor dos documentos de registro em Cartório; e
  3. Seguro prestamista: seguro embutido no financiamento para cobrir eventualidades que ocorram com o cliente.

Vale lembrar que existem duas formas de parcelamento, sendo eles pela Tabela PRICE ou SAC – Sistema de Amortização Constante.

A parcela pela Tabela PRICE será mais constante, ou seja, todos os meses os valores cobrados serão iguais, ao longo do contrato de financiamento, porém quanto mais no início do contrato, menos amortização do principal ocorrerá.

Já pelo SAC, você começará com parcelas maiores e ao longo dos meses as parcelas vão caindo, pois no começo do contrato você já faz uma amortização obrigatória do principal.

Em nossa opinião, preferimos a Tabela PRICE por permitir um melhor controle de gastos, mas mesmo com a parcela menor, sempre que entrar um dinheiro a mais de férias ou 13º salário, sugerimos que você amortize o principal!

Qual o maior cuidado quando realizo um financiamento?

Entendemos que o maior problema que pode ocorrer com o cliente é ele ter sua renda diminuída. É necessário muita atenção e planejamento ao se realizar um financiamento imobiliário, pois em média os financiamentos duram cerca de 30 anos para integral quitação, caso você não amortize.

É recomendado que você busque sempre amortizar as parcelas de seu financiamento em valor, não em prazo.

Outro ponto de atenção é você já possuir uma reserva de emergência em caso de financiamento, ao possuir uma reserva de emergência você garantirá pelo menos 6 meses do seu custo de vida, ou seja, terá 6 meses para recolocar a vida "no lugar".

A necessidade de uma reserva de emergência se aplica também aos trabalhadores CLT que fazem jus ao Seguro Desemprego, pois o seguro desemprego não cobre integralmente a sua remuneração contratual sendo limitada a um teto. Em 2023, o novo valor mínimo da parcela será de R$ 1.302,00 já o teto será de R$ 2.230,97.FONTE.

Não recomendamos que você utilize sua reserva de emergência como forma de entrada no imóvel, você ficará totalmente desprotegido de qualquer eventualidade.

Também vale lembrar que após comprar um imóvel, talvez você terá de realizar a compra de mobília, preste atenção e não comprometa sua renda com coisas fúteis ou cujo valor ultrapasse sua capacidade de pagamento, o foco sempre é quitar o financiamento!

Quer entender mais sobre a amortização de juros no financiamento? Acompanhe nosso blog!

Últimas Notícias:

03/05/2023

Energia Solar, Inflação e Renda


28/04/2023

O que é PGBL?


28/04/2023

O que é VGBL?


23/04/2023

Como declarar carro ou moto no Imposto de Renda 2023


23/04/2023

Como declarar um imóvel no Imposto de Renda 2023


23/04/2023

Como declarar aplicação com rendimentos tributáveis no Imposto de Renda 2023


Assine nosso Newsletter

Receba em seu e-mail nosso conteúdo de qualidade, e fique mais próximo da sua liberdade financeira.
Stack

O que é financiamento imobiliário?

Cotidiano Básico
Financiamento imobiliário ou alienação fiduciária com garantia de imóvel, é uma ferramenta de compra de um imóvel através de empréstimo bancário pago no longo prazo.
Lucas Cortezzi
30/01/2023
Stack

Financiamento imobiliário e a garantia de imóvel?

Hoje apresentaremos brevemente o que é o financiamento imobiliário de um imóvel “pronto e novo” também conhecida como alienação fiduciária com garantia de imóvel, mas principalmente falaremos das etapas da compra de um imóvel e o que você pagará. Fica a dica, não é só a parcela mensal como todo mundo pensa! 

O financiamento imobiliário é uma ferramenta financeira para a compra de um imóvel através de um empréstimo bancário. Nessa modalidade temos 3 participantes principais no negócio, sendo eles: o cliente (comprador), o banco (financiador) e o vendedor (construtora, proprietário, etc), mas também podem estar presentes o corretor de imóveis, o correspondente bancário e o avaliador (todos intermediadores).

Como o financiamento funciona?

No caso do financiamento imobiliário “comum” (alienação fiduciária com garantia de imóvel), o cliente solicita um empréstimo ao Banco para compra de um imóvel, já o Banco libera esse dinheiro, cobrando juros sobre os valores e entra como coproprietário (também vira “dono”) do imóvel financiado, por sua vez, o vendedor recebe integralmente o valor de entrada + o empréstimo do Banco.

Ao participar da compra como coproprietário, o banco garante seu empréstimo com o imóvel e em caso de inadimplência (dívida), poderá tomar o imóvel do cliente. O lado positivo é que isso reduz os juros cobrados do cliente porque a garantia passa a ser o imóvel financiado, facilitando o financiamento do bom pagador.

Existem diferenças entre os tipos de financiamentos: a alienação fiduciária e a hipoteca. Também há a distinção entre:

  1. financiamento de imóvel na planta;
  2. pronto e novo; e
  3. imóvel “usado”.

Informações complementares

É importante esclarecer que em caso de inadimplência (não pagamento), o banco irá TOMAR o imóvel do cliente, logo é necessário muito planejamento ao entrar nesse tipo de negócio.

Também esclarecemos que a hipoteca é raramente usada no Brasil por trazer menos garantias para o financiador (banco) e por ser incomum não falaremos sobre ela.

Outro dado importante é que segundo regra do Banco Central do Brasil o imóvel é considerado novo para fins de financiamento se: esta em fase de produção, tem até 180 dias da expedição do “habite-se” ou caso não tenha sido habitado ou alienado.

O que será cobrado? Item por item.

Só quem passou por um financiamento imobiliário sabe as possíveis surpresas no momento em que você realiza o financiamento de um imóvel, vamos listar a seguir todas as coisas que você terá de pagar.

Vale a pena você se informar com seu corretor de imóveis e pesquisar os valores exatos, pois podem variar para cada localidade e ao longo do tempo.

1º - Avaliação e Contratação de financiamento bancário.

Sim, você PAGA AO BANCO uma taxa administrativa para “abrir” seu financiamento, além do próprio valor da parcela em si.

Por exemplo, na tabela de Tarifas Pessoa física da Caixa Econômica Federal, datada de 02/01/2023, para um Imóvel Residencial, essa taxa pode chegar até R$ 954,13, mas já foi maior, quase R$ 3 mil reais antes de 2022.

Também é possível que haja a cobrança para que um engenheiro visite seu imóvel e realize a vistoria antes do financiamento ocorrer, essa vistoria tem como objetivo definir o valor de mercado do imóvel e se não existem problemas aparentes. Lembre-se o Banco será dono junto com o Cliente, é importante que ele conheça o objeto do financiamento tanto quanto possível.

2º - ITBI – Imposto Transmissão de Bens Imóveis.

É um imposto cobrado sobre o valor do imóvel, em razão da transferência de propriedade. 

Vale lembrar que podem existir incentivos tributários na sua cidade a depender de como e porque será realizada a compra deste imóvel. É importante consultar um advogado ou contador que trabalhe com planejamento tributário para reduzir esse imposto.

3º - Taxa de Registro e Emolumentos no Cartório de Registro de Imóveis.

Esses valores podem variar de cartório para cartório, porém espere gastos entre R$ 1 a 3 mil reais apenas em documentação.

Destacamos que ao quitar o contrato haverá novamente a necessidade de realizar esses gastos no Cartório de Registro de Imóveis para remover o Banco da matrícula do seu imóvel.

Alguns financiamentos possibilitam você incluir neles também os valores do registro em Cartório, porém nossa sugestão é que você evite isso. Ao incluir esses valores em seu financiamento, aumentará também o montante principal de seu financiamento e haverá cobrança de juros.

4º - Seguro.

Normalmente os financiamentos imobiliários possuem dentro deles uma parcela de “seguro prestamista”, isso significa que em alguns casos específicos, por exemplo: a morte do cliente, o seguro irá quitar seu financiamento. Também podem existir seguros para desemprego ou lesões permanentes.

É muito importante obter todas as informações com o Banco, com o correspondente bancário e com seu corretor para entender todas as particularidades do seguro contratado DENTRO do financiamento.

CUIDADO: nesse momento o banco poderá fazer a “venda casada” de outros produtos inúteis para você, tais quais seguros de vida ou previdências privadas. NÃO CAIA NESSA e exija a explicação sobre cada documento que você está assinando, também sugerimos a presença de um advogado ou alguém mais experiente no dia da assinatura do contrato.

Lembre-se de entender para quem seu correspondente bancário e corretor de imóveis trabalham. O Correspondente bancário trabalhará em prol do Banco e se seu corretor de imóveis foca na ponta vendedora, estará trabalhando em prol do proprietário do imóvel, não do comprador. Fique atento, existem profissionais e "profissionais" em todas as áreas.

5º - Parcela do financiamento. 

A parcela do financiamento será cobrada todos os meses, composta por:

  1. Juros: valor dos juros compostos sobre o valor financiado, diluídos no tempo do contrato;
  2. Valor Principal: aquilo que você realmente tomou como empréstimo para compra do imóvel e, se optou por isso, o valor dos documentos de registro em Cartório; e
  3. Seguro prestamista: seguro embutido no financiamento para cobrir eventualidades que ocorram com o cliente.

Vale lembrar que existem duas formas de parcelamento, sendo eles pela Tabela PRICE ou SAC – Sistema de Amortização Constante.

A parcela pela Tabela PRICE será mais constante, ou seja, todos os meses os valores cobrados serão iguais, ao longo do contrato de financiamento, porém quanto mais no início do contrato, menos amortização do principal ocorrerá.

Já pelo SAC, você começará com parcelas maiores e ao longo dos meses as parcelas vão caindo, pois no começo do contrato você já faz uma amortização obrigatória do principal.

Em nossa opinião, preferimos a Tabela PRICE por permitir um melhor controle de gastos, mas mesmo com a parcela menor, sempre que entrar um dinheiro a mais de férias ou 13º salário, sugerimos que você amortize o principal!

Qual o maior cuidado quando realizo um financiamento?

Entendemos que o maior problema que pode ocorrer com o cliente é ele ter sua renda diminuída. É necessário muita atenção e planejamento ao se realizar um financiamento imobiliário, pois em média os financiamentos duram cerca de 30 anos para integral quitação, caso você não amortize.

É recomendado que você busque sempre amortizar as parcelas de seu financiamento em valor, não em prazo.

Outro ponto de atenção é você já possuir uma reserva de emergência em caso de financiamento, ao possuir uma reserva de emergência você garantirá pelo menos 6 meses do seu custo de vida, ou seja, terá 6 meses para recolocar a vida "no lugar".

A necessidade de uma reserva de emergência se aplica também aos trabalhadores CLT que fazem jus ao Seguro Desemprego, pois o seguro desemprego não cobre integralmente a sua remuneração contratual sendo limitada a um teto. Em 2023, o novo valor mínimo da parcela será de R$ 1.302,00 já o teto será de R$ 2.230,97.FONTE.

Não recomendamos que você utilize sua reserva de emergência como forma de entrada no imóvel, você ficará totalmente desprotegido de qualquer eventualidade.

Também vale lembrar que após comprar um imóvel, talvez você terá de realizar a compra de mobília, preste atenção e não comprometa sua renda com coisas fúteis ou cujo valor ultrapasse sua capacidade de pagamento, o foco sempre é quitar o financiamento!

Quer entender mais sobre a amortização de juros no financiamento? Acompanhe nosso blog!

Últimas Notícias:

03/05/2023

Energia Solar, Inflação e Renda


28/04/2023

O que é PGBL?


28/04/2023

O que é VGBL?


23/04/2023

Como declarar carro ou moto no Imposto de Renda 2023


23/04/2023

Como declarar um imóvel no Imposto de Renda 2023


23/04/2023

Como declarar aplicação com rendimentos tributáveis no Imposto de Renda 2023


Assine nosso Newsletter

Receba em seu e-mail nosso conteúdo de qualidade, e fique mais próximo da sua liberdade financeira.

O que é financiamento imobiliário?

Cotidiano Básico
Financiamento imobiliário ou alienação fiduciária com garantia de imóvel, é uma ferramenta de compra de um imóvel através de empréstimo bancário pago no longo prazo.
Lucas Cortezzi
30/01/2023
Stack

Financiamento imobiliário e a garantia de imóvel?

Hoje apresentaremos brevemente o que é o financiamento imobiliário de um imóvel “pronto e novo” também conhecida como alienação fiduciária com garantia de imóvel, mas principalmente falaremos das etapas da compra de um imóvel e o que você pagará. Fica a dica, não é só a parcela mensal como todo mundo pensa! 

O financiamento imobiliário é uma ferramenta financeira para a compra de um imóvel através de um empréstimo bancário. Nessa modalidade temos 3 participantes principais no negócio, sendo eles: o cliente (comprador), o banco (financiador) e o vendedor (construtora, proprietário, etc), mas também podem estar presentes o corretor de imóveis, o correspondente bancário e o avaliador (todos intermediadores).

Como o financiamento funciona?

No caso do financiamento imobiliário “comum” (alienação fiduciária com garantia de imóvel), o cliente solicita um empréstimo ao Banco para compra de um imóvel, já o Banco libera esse dinheiro, cobrando juros sobre os valores e entra como coproprietário (também vira “dono”) do imóvel financiado, por sua vez, o vendedor recebe integralmente o valor de entrada + o empréstimo do Banco.

Ao participar da compra como coproprietário, o banco garante seu empréstimo com o imóvel e em caso de inadimplência (dívida), poderá tomar o imóvel do cliente. O lado positivo é que isso reduz os juros cobrados do cliente porque a garantia passa a ser o imóvel financiado, facilitando o financiamento do bom pagador.

Existem diferenças entre os tipos de financiamentos: a alienação fiduciária e a hipoteca. Também há a distinção entre:

  1. financiamento de imóvel na planta;
  2. pronto e novo; e
  3. imóvel “usado”.

Informações complementares

É importante esclarecer que em caso de inadimplência (não pagamento), o banco irá TOMAR o imóvel do cliente, logo é necessário muito planejamento ao entrar nesse tipo de negócio.

Também esclarecemos que a hipoteca é raramente usada no Brasil por trazer menos garantias para o financiador (banco) e por ser incomum não falaremos sobre ela.

Outro dado importante é que segundo regra do Banco Central do Brasil o imóvel é considerado novo para fins de financiamento se: esta em fase de produção, tem até 180 dias da expedição do “habite-se” ou caso não tenha sido habitado ou alienado.

O que será cobrado? Item por item.

Só quem passou por um financiamento imobiliário sabe as possíveis surpresas no momento em que você realiza o financiamento de um imóvel, vamos listar a seguir todas as coisas que você terá de pagar.

Vale a pena você se informar com seu corretor de imóveis e pesquisar os valores exatos, pois podem variar para cada localidade e ao longo do tempo.

1º - Avaliação e Contratação de financiamento bancário.

Sim, você PAGA AO BANCO uma taxa administrativa para “abrir” seu financiamento, além do próprio valor da parcela em si.

Por exemplo, na tabela de Tarifas Pessoa física da Caixa Econômica Federal, datada de 02/01/2023, para um Imóvel Residencial, essa taxa pode chegar até R$ 954,13, mas já foi maior, quase R$ 3 mil reais antes de 2022.

Também é possível que haja a cobrança para que um engenheiro visite seu imóvel e realize a vistoria antes do financiamento ocorrer, essa vistoria tem como objetivo definir o valor de mercado do imóvel e se não existem problemas aparentes. Lembre-se o Banco será dono junto com o Cliente, é importante que ele conheça o objeto do financiamento tanto quanto possível.

2º - ITBI – Imposto Transmissão de Bens Imóveis.

É um imposto cobrado sobre o valor do imóvel, em razão da transferência de propriedade. 

Vale lembrar que podem existir incentivos tributários na sua cidade a depender de como e porque será realizada a compra deste imóvel. É importante consultar um advogado ou contador que trabalhe com planejamento tributário para reduzir esse imposto.

3º - Taxa de Registro e Emolumentos no Cartório de Registro de Imóveis.

Esses valores podem variar de cartório para cartório, porém espere gastos entre R$ 1 a 3 mil reais apenas em documentação.

Destacamos que ao quitar o contrato haverá novamente a necessidade de realizar esses gastos no Cartório de Registro de Imóveis para remover o Banco da matrícula do seu imóvel.

Alguns financiamentos possibilitam você incluir neles também os valores do registro em Cartório, porém nossa sugestão é que você evite isso. Ao incluir esses valores em seu financiamento, aumentará também o montante principal de seu financiamento e haverá cobrança de juros.

4º - Seguro.

Normalmente os financiamentos imobiliários possuem dentro deles uma parcela de “seguro prestamista”, isso significa que em alguns casos específicos, por exemplo: a morte do cliente, o seguro irá quitar seu financiamento. Também podem existir seguros para desemprego ou lesões permanentes.

É muito importante obter todas as informações com o Banco, com o correspondente bancário e com seu corretor para entender todas as particularidades do seguro contratado DENTRO do financiamento.

CUIDADO: nesse momento o banco poderá fazer a “venda casada” de outros produtos inúteis para você, tais quais seguros de vida ou previdências privadas. NÃO CAIA NESSA e exija a explicação sobre cada documento que você está assinando, também sugerimos a presença de um advogado ou alguém mais experiente no dia da assinatura do contrato.

Lembre-se de entender para quem seu correspondente bancário e corretor de imóveis trabalham. O Correspondente bancário trabalhará em prol do Banco e se seu corretor de imóveis foca na ponta vendedora, estará trabalhando em prol do proprietário do imóvel, não do comprador. Fique atento, existem profissionais e "profissionais" em todas as áreas.

5º - Parcela do financiamento. 

A parcela do financiamento será cobrada todos os meses, composta por:

  1. Juros: valor dos juros compostos sobre o valor financiado, diluídos no tempo do contrato;
  2. Valor Principal: aquilo que você realmente tomou como empréstimo para compra do imóvel e, se optou por isso, o valor dos documentos de registro em Cartório; e
  3. Seguro prestamista: seguro embutido no financiamento para cobrir eventualidades que ocorram com o cliente.

Vale lembrar que existem duas formas de parcelamento, sendo eles pela Tabela PRICE ou SAC – Sistema de Amortização Constante.

A parcela pela Tabela PRICE será mais constante, ou seja, todos os meses os valores cobrados serão iguais, ao longo do contrato de financiamento, porém quanto mais no início do contrato, menos amortização do principal ocorrerá.

Já pelo SAC, você começará com parcelas maiores e ao longo dos meses as parcelas vão caindo, pois no começo do contrato você já faz uma amortização obrigatória do principal.

Em nossa opinião, preferimos a Tabela PRICE por permitir um melhor controle de gastos, mas mesmo com a parcela menor, sempre que entrar um dinheiro a mais de férias ou 13º salário, sugerimos que você amortize o principal!

Qual o maior cuidado quando realizo um financiamento?

Entendemos que o maior problema que pode ocorrer com o cliente é ele ter sua renda diminuída. É necessário muita atenção e planejamento ao se realizar um financiamento imobiliário, pois em média os financiamentos duram cerca de 30 anos para integral quitação, caso você não amortize.

É recomendado que você busque sempre amortizar as parcelas de seu financiamento em valor, não em prazo.

Outro ponto de atenção é você já possuir uma reserva de emergência em caso de financiamento, ao possuir uma reserva de emergência você garantirá pelo menos 6 meses do seu custo de vida, ou seja, terá 6 meses para recolocar a vida "no lugar".

A necessidade de uma reserva de emergência se aplica também aos trabalhadores CLT que fazem jus ao Seguro Desemprego, pois o seguro desemprego não cobre integralmente a sua remuneração contratual sendo limitada a um teto. Em 2023, o novo valor mínimo da parcela será de R$ 1.302,00 já o teto será de R$ 2.230,97.FONTE.

Não recomendamos que você utilize sua reserva de emergência como forma de entrada no imóvel, você ficará totalmente desprotegido de qualquer eventualidade.

Também vale lembrar que após comprar um imóvel, talvez você terá de realizar a compra de mobília, preste atenção e não comprometa sua renda com coisas fúteis ou cujo valor ultrapasse sua capacidade de pagamento, o foco sempre é quitar o financiamento!

Quer entender mais sobre a amortização de juros no financiamento? Acompanhe nosso blog!

Últimas Notícias:

03/05/2023

Energia Solar, Inflação e Renda


28/04/2023

O que é PGBL?


28/04/2023

O que é VGBL?


23/04/2023

Como declarar carro ou moto no Imposto de Renda 2023


23/04/2023

Como declarar um imóvel no Imposto de Renda 2023


23/04/2023

Como declarar aplicação com rendimentos tributáveis no Imposto de Renda 2023


Assine nosso Newsletter

Receba em seu e-mail nosso conteúdo de qualidade, e fique mais próximo da sua liberdade financeira.